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31 de mar. de 2011

Será que realmente as mulheres são “maioria” nas Redes Sociais?

Estes últimos dias li alguns post dizendo que as mulheres lideram o rank de usuários nas Redes Sociais como Orkut, Facebook e Twitter, em contrapartida li também sobre a falta de mulheres no ramo de tecnologia. Fiquei pensando sobre o assunto e resolvi escrever uma pequena reflexão sobre essa “maioria”.

Um estudo, realizado pela comScore em outubro de 2010, mostrou que as brasileiras consomem 31% mais conteúdo comparado aos brasileiros no Facebook. Nos Estados Unidos, onde a pesquisa também foi aplicada, os resultados mostraram que as norte-americanas ficaram 16,8% de seu tempo em sites de relacionamento em dezembro de 2010. Já os homens, durante o mesmo período, passaram apenas 12% na mesma atividade.


Ao ler todos estes resultados do universo feminino online, pergunto se nossa participação, “maior” que a masculina, significa realmente liderança? Até hoje, ainda, não vimos nenhum boom da Internet ter sido criado por mulheres, pelo contrário Google, Facebook e Twitter, foram todos criados por eles. Nos congressos e cursos de computação, software e internet nota-se que a quantidade de mulheres é bem inferior, comparada a participação masculina. E quando o assunto é emprego, os cargos de decisão quase nunca são ocupados por elas.


Olhando por este aspecto, o acesso à cultura digital entre mulheres e homens está bem longe de ser de igual para igual. Tendo a acreditar que a relação entre a mulher e a Internet não é muito diferente da feita pelas mídias convencionais: elas continuam no patamar de superexploração e futilidade. Ontem encontrei uma matéria no site da Veja falando sobre comportamentos que irritam as mulheres no Facebook. Segundo o estudo realizado nos Estados Unidos, pelo site de compra coletiva Eversave, 83% das 400 entrevistadas já se irritaram pelo menos uma vez por causa de recados publicados por suas conexões. Entre as ações mais abominadas na rede social, estão: reclamar o tempo todo (63%); divulgar opiniões políticas divergentes (41%); exaltar suas vidas perfeitas (32%); exaltar os filhos (16%).


Creio que este tipo de pesquisa só reforça o conceito de futilidade feminina na rede. A questão é que existem assuntos mais importantes referente as mulheres. A maioria dos sites tem colunas “especiais” para as internautas, que tratam sobre moda, beleza e compras. Mas elas não são bem mais do que isso? Não que não gostamos de ler sobre este tipo de coisa, mas tenho certeza que queremos mais, muito mais. A web tem que ser vista como espaço para discussão social e política, o público feminino precisa deixar de ser usuário para ser praticante.

1 comentários:

Iracy O. Schellhas disse...

Olá Ellen,
achei muito interessante seu artigo, só reforça a minha tese, que nós mulheres temos que agir mais, temos que ir a luta não só pela igualdade de cargos ou salários, temos que lutar pela participação em todos os assuntos, criações àquelas que fazem a diferença. Nós somos muito mais que moda,beleza ou compras, temos que fazer parte dessas redes mas, como criadoras e formadoras de opiniões ativamente. Opiniões essas que realmente são importantes para tomada de decisões! Não podemos mais deixar nos levar pelas futilidades do dia a dia. Não podemos mais deixar as decisões para uma mundo que ainda a palavra do homem prevalece. Temos que seguir em frente, com a convicção que nós podemos muito mais, que temos a liderança, mas ainda não sabemos usá-la a nosso favor!!
bjs
Iracy