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30 de mai. de 2011

A enxurrada de informações

Uma das discussões em meu curso de Pós Graduação é sobre o tanto de informações que recebemos todos os dias. Na Internet a maioria dos acontecimentos tomam grandes proporções, independentes de serem ou não importantes. Escrevi o texto abaixo para uma atividade e achei interessante publicar. Ele faz parte da minha coluna no blog Marketing Moderno, onde falo sobre Comunicação, Marketing e Redes Sociais.

Dentre tantos benefícios que o crescimento da internet trouxe, podemos ver que alguns comportamentos, gerados por esta ascensão, implicam muitas vezes em excesso de informação, e consequentemente uma discussão superficial dos fatos. O que acontece é que o enxame de várias informações convergentes ou desconexas dificulta a seleção, do que importa e não importa, e a formação de opinião crítica diante das situações (AP. SOCIEDADE MIDÍATICA – PROF. GABRIELA PAVANATO – UNINOVE).

Digo isto porque é fato que hoje são discutidos inúmeros temas na rede, todos ao mesmo tempo, mas o ruim é que tudo virou notícia. Qualquer coisa que vá parar nos Trend Topics (assuntos mais comentados) do Twitter vira o assunto do dia ou dá semana. Mas, assim como aparecem eles desaparecem e aí concordo com a afirmação feita no parágrafo acima, que não construímos censo critico. Vejamos por exemplo o caso do Churrascão da Gente Diferenciada, na semana passada (9-15 de maio) ele foi organizado pelo Twitter e pelo Facebook, durante a semana foi o assunto mais comentado nas redes sociais e até gerou matéria para a televisão, porém nesta semana, pós churrasco, não tenho lido nada nas redes sobre o assunto. O que me faz concordar com a ideia de que não discutimos um tema profundamente, neste caso estamos lidando com preconceito entre as pessoas e o caso ficou só na mobilização, as pessoas não pararam para perceber o quanto isso é grave.

Acredito que a internet, e principalmente as redes sociais, tem se caracterizado como um grande palco para discussões sociais, porém seus usuários não a utilizam com sabedoria (ainda) e incluo nestes “usuários” até jornalistas e publicitários também. Por mais que todos se apresentem nas redes, nem todos sabem como operá-la para ser diferencial. O que quero dizer é que nem tudo que está na rede deveria estar ali. Ou quando acaba chegando lá, e realmente é importante (como um bairro querer proibir a construção do metrô para não receber “gente diferenciada”) vira mobilização e ninguém discute nada. Creio que há uma inversão dos valores.

Outro exemplo que trago para exemplificar minhas afirmações, é o casamento real. Um verdadeiro luxo, um encanto. Agora pergunto o que isto tem de tão importante, a não ser para os súditos reais, para mobilizar os veículos de comunicação ao ponto de fazerem semanas com reportagens especiais sobre o casal, como se conheceram, de onde vieram e para onde vão.

O casamento real foi um fato midiático completo, um verdadeiro reality show. Foi uma enxurrada de notícias sobre o casório e transmissão ao vivo pelo Youtube, o que gerou até produtos como bonecas, livros, aplicativos para celular, joguinhos eletrônicos e até a produção em larga escala de réplicas do anel da noiva (disponível em qualquer loja de bijuterias).
Vejo aí que, foi criada uma hiper valorização do espetáculo, de um casamento (mesmo que real) a cobertura da mídia, e os próprios organizadores do enlace que proporcionaram estas histórias para todos quantos quisessem ver e saber, fez com que o que era verdade tornasse um verdadeiro show. Todos foram seduzidos pelo encanto e charme de conto de fadas.

…fator que contribui para a valorização dos objetos expostos no palco midiático é a linguagem persuasiva. “Persuadir é, sobretudo, a busca de adesão a uma tese, perspectiva, entendimento, conceito, evidenciado a partir de um ponto de vista que deseja convencer alguém ou um auditório sobre a validade do que se enuncia. (Citelli 2005:14 – AP. SOCIEDADE MIDÍATICA – PROF.GABRIELA PAVANATO – UNINOVE)
A partir desta citação, posso dizer que fomos persuadidos a acreditar que aquilo sim era importante, enquanto para fatos que apresentam preconceito e impedem a construção de sistemas que beneficiarão a todos, fazemos um piquete no Facebook, vamos para a rua, mas termina aí (só lembrando que tudo isso é bem rápido, não passamos semanas com reportagens especiais).

O advento da internet é sem dúvida um grande bem para a sociedade, pois sabendo usá-la corretamente ela pode proporcionar um grande fórum de debate onde quase todos (digo quase, porque o Brasil é um dos países com uma das piores distribuições de renda no mundo e com um número expressivo de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza) participam e compartilham informações e interesses. O problema é que ainda vemos a inversão de valores do que é válido e do que não é. A mudança na comunicação, feita pelas redes, ainda é muito nova, por isso acredito que vamos aprender a colocar temas em pauta e discuti-los até criar censo crítico profundo, e não superficial.

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